20 setembro, 2006

Cabeça,

membro ativo,
costura da alma

Círculo
Alvo
Altar da liberdade

à sua históra
quem se sabe calva,
certamente única
pulsa ao sabor da ansiedade
da cotidiana barganha com a vida
Coordenando a nossa involuntária sobrevivência

És chama da pretensa juventude.
És laranjal dos sentidos:
- “não julguai meus pensamentos, ó Deus!
São filhos renegados dessa sofrida inquietude!”

Testemunha inconteste.
Moldura dos olhos,
Parte do corpo,
sua essência
Parque dos sentimentos,
Conecta os quintais da alma
A essa exposição incansável
como um regurgitar eterno
de uma realidade instável

És testemunha calada,
Desses temores aguados
De um calma sem graça,
De uma mágoa inconteste,
Pendes perpendicular a vida
A espera de uma coroa,
Uma corda ou qualquer ousadia,
Encaras uma realidade incerta,
Olhando nos olhos de nosso tempo

És a infancia perdida,
És morte, és a semente,
És minha alegria,
Minha trajetória,
És o olhar turvo
da leveza da minha história