O formato da flor
Enfim, renasce o crepúsculo da tristeza
Como grandes ciclos, a cabeça reconhece os pés
O fim reconhece o começo
Como um círculo, as mãos em um abraço
Renasce todo o esplendor da esperança
A simplicidade do amor
E só resta esse estranha despedida
Toda poesia
Toda rima terminada em dor
Sentindo o espírito flutuando na luz,
(essa obscura amplidão)
No calor hermético da amizade
Se cala uma enorme carranca
Enterrada em solidão
Ao reconhecer tal sentimento
Ejacula espasmos de felicidade
Se cala, ajoelha, reverencia
Ah! O furor da natureza
Uma criança me enlaça a alma
Dançamos juntos uma suave valsa
Os pés tropeçam no carinho
No respeito
No falar baixo
E ao invocar antigos sonhos
Os reconhece com espanto
Saber que a vida é um eterno recomeço
E sonhar é ter a alma em transe
Na calma, a chama da dor se esvai
Essa eterna folha cai, remoça
Pra brotar um novo amanhecer