Glauber
Temo pelo olhar profundo
Pelo olhar insano, humano
Temo que me julgem a casca, o avesso
E desmascarem meu pranto
Ah, sórdido encanto
Em minha mente, essa cova profunda
Sinto o inferno da dúvida
O desapego ao semelhante, a qualquer passado
Sinto a indiferença à ousadia, ao amor profano
Sinto o mundo aos meus pés, o calor
E o desconforto da natureza
Com minha presença vã
Me despeço da juventude perdida
Com um olho na ponte, outro no rio
Vivo sem sono, sem desespero
E na urgência pelo amanhã
Me apego ao presente
Esse algo insosso, essa loucura sã
Corro atrás da paixão perdida, melhor, dezenas
Que desaguam nas desilusões
Pra que tamanho mar?