04 outubro, 2006

Varal dos sonhos

Enquanto esse cotidiano superficial
Crava suas raízes no meu íntimo
Minha alma – ah, esse algo instável
Finca morada no varal dos sonhos
De onde os ventos de meus pensamentos
Roçam resignados às passagens rotas de minha vida

À parte as marcas deixadas em meu rosto cansado
Em parte reflexo de um coração inerte
Na alma ainda sinto a razão e seu sofrimento latente
E essa profusão se esvai sem deixar vestígios, fuligem ou lembranças
Nela apenas se constrói vagarosamente
Imensas catedrais, supremas
Templos de minha fé profunda no nada
Absolutamente.