26 outubro, 2006

Aos que passam frio

Navego em aguas calmas
Entre corpos de meninos de rua
Entre tantas calçadas
Me sentindo impotente
Diante do esplendor e o desespero
Respiro entre a fluencia de suas línguas
Entre a renascença e o aborto
Entre a lápide e o esgoto

Abro o mundo a minha volta
A razão se incomoda
A minha palavra, o meu desespero
Meu mundo e meu medo
Me cortam como não tivessemos chão
Pai, pão
Mãe, irmão

Nos equilibramos entre o céu a terra
Me vejo na horizontal
No ultimo quebrante
Na noite em que tudo vira ouro
Num passe da mais negra força
Nos olhos da mais linda moça
Serpente de louça