28 dezembro, 2011

Bangela




O resto de tudo, todo o resto
Assombra minha vida tanto
Qual é a cola, qual a ponte, a recompensa do convívio
Com quais sonhos, com quais amigos
Conquistar o que, perder quanto


Falar de amor com quem, fazer quando
Falar da dor que se retorce encharcada de saudade
Reclamar do desânimo cotidiano, do trânsito
Falar mal dos que partem, dos que te abandonam
Estranhar os que chegam, rabos abanando
Chegam quando, quando chegam


Comemorar Natal, Ano Novo
Olhando o desespero das famílias
O corpo fala, o olho escapa
Falam com o complexo latindo


A vida passa muito rápido
Vagarosamente
E se perdem as pessoas
Como se perdem os dentes
E o que fazer daqui pra frente


?