O resto de
tudo, todo o resto
Assombra
minha vida tanto
Qual é a
cola, qual a ponte, a recompensa do convívio
Com quais sonhos, com quais amigos
Conquistar
o que, perder quanto
Falar de amor com quem, fazer quando
Falar da
dor que se retorce encharcada de saudade
Reclamar do
desânimo cotidiano, do trânsito
Falar mal
dos que partem, dos que te abandonam
Estranhar
os que chegam, rabos abanando
Chegam
quando, quando chegam
Comemorar Natal, Ano Novo
Olhando o desespero das famílias
O corpo fala, o olho escapa
Falam com o complexo latindo
Falam com o complexo latindo
A vida passa muito rápido
Vagarosamente
E se perdem
as pessoas
Como se
perdem os dentes
E o que fazer daqui pra frente
?
?