13 dezembro, 2006

Cebola

Imagine uma cebola
Suas infinitas camadas
Nuances
Texturas
Suas variadas espessuras
Toda a complexidade, toda a simplicidade

Agora imagine o ponto central
O eixo concêntrico
O ponto equidistante
Aonde a cebola encontra o equilibrio

Esse ponto não existe
É imaginário, como um átomo
Um desatino da imaginação
É quase a falta da razão

Agora pense esse ponto como o universo
Toda o infinito do universo
Todo o absurdo do infinito
Toda a amplidão

E essa amplidão é apenas aquele ponto
Um átomo, uma molécula, um elétron
Um nada
Pense na cebola e suas camadas

E é apenas uma cebola
No universo
No infinito