A solidão enlaça a consciência que faz perceber o momento
presente
E lá não encontra os erros recorrentes dos ciclos perfeitos
da ilusão
És a dor dos miseráveis, dos ardentes de paixão, dos
moribundos
Ou as lindas festas à luz do luar onde lhe via passar calada,
sorrateira
Onde admiravas pelas frestas o torpor, os sorrisos fartos –
a alegria
És a luz que se fez presente na intensidade ensurdeçedora da
escuridão
Infinito que se dobrou em partículas sincronizando o
seu passo
Onde entrelaço a sua mão com a minha e dançamos uma valsa estranha,
Como um arco e uma flecha esticada no limite exato, como um
compasso
Retesado pela sagacidade azeitada nos limites insanos da razão
Em vão, estamos cavando fundo as rasas certezas de tudo o
que foi vivido
Uma vivência inexata que se
equilibrou nas leis indomáveis da sorte
E quando o dia vem clarear a insanidade, quem sabe o clamor
da idade
Ou a vontade de partir do mundo por dever cumprido
Subtraistes uma noite quando chegastes quieta, trazendo o
barulho do nada
E deste nada construistes o alicerce majestoso da minha morte